01 março 2025

PLANTEI DROGAS SOZINHO E COLHI EU MESMO.

    O conceito de co-alcoólatra surgiu para descrever as esposas de alcoólatras, que, na década de 70, começaram a se reunir em encontros paralelos aos que seus maridos frequentavam no AA (Alcoólicos Anônimos). Durante esses encontros, elas perceberam que compartilhavam um ponto em comum: toda a dinâmica familiar estava centrada em torno do dependente. 
    É o caso da mãe que faz de tudo para que o filho não deixe o lar, da esposa que prefere permitir que seu marido alcoólatra beba em casa a vê-lo ir a um bar, ou do avô que quita as dívidas do neto com os traficantes. Esses são exemplos típicos, embora genéricos, que ilustram como a co-dependência (a dependência da dependência do outro) está profundamente arraigada nas relações sociais e familiares.
    Segundo Sérgio Nicastri, coordenador do programa de álcool e drogas do Hospital Albert Einstein, o co-dependente, temendo perder o controle sobre o dependente, muitas vezes acaba comprando ou custeando a substância que alimenta o vício do outro.


 
"Por essa razão, é fundamental abordar tanto o usuário quanto sua família."  
     Há uma relação interdependente entre eles. Assim como o dependente forma um vínculo com a substância que não consegue controlar, o co-dependente cria uma dinâmica de submissão em relação a outra pessoa, vivendo em função da dependência do outro.  
Inconscientemente, o co-dependente se vê como uma vítima, expressando frases como "sou um coitado, mas olhe como sou forte e tudo que tenho que aguentar" ou "é uma demonstração de heroísmo e uma necessidade dolorosa de ajudar os outros". Em outras palavras, essa é a "droga" do co-dependente, já que a validação externa sobre seu sofrimento alimenta sua profunda autocompaixão.  
Preste atenção ao que dirijo a você agora: sua vida é sua. Apenas você será responsável por ela. A vida dos outros não está sujeita ao seu julgamento. Os erros de quem está ao seu redor refletirão sobre eles, e não sobre você.
    Quero deixar claro que a responsabilidade pela dependência e pelos danos gerados pela doença é do próprio dependente. Não estou insinuando que devemos ignorar quem está viciado; na verdade, o apoio é fundamental durante o processo de recuperação. Reitero: esse apoio é crucial no decorrer da recuperação, pois quando o viciado está ativamente consumindo, como eu estive, a única coisa que realmente importa é saciar o vício.
    Enquanto contava com meus co-dependentes fazendo tudo por mim e tentando, em vão, me guiar para uma melhora, eu me aproveitava da situação para manipulá-los, enganá-los e intensificar ainda mais suas funções de co-dependentes, tudo para continuar usando drogas.
    Na maioria das tentativas de recuperação, é comum que os viciados sejam inicialmente "abandonados à própria sorte". Somente depois de se encontrarem sem recursos e sem apoio é que reconhecem a necessidade de ajuda e a urgência de parar de usar drogas, levando, na maioria das vezes, a buscar abrigo em uma casa de recuperação.
    Eu precisei cair para entender o chão. Fui internado, mas abandonei o tratamento, e o mundo me jogou numa cidade estranha, sem um tostão no bolso, sem um teto, dormindo nas portas frias de igrejas, com a fome roendo o estômago e o coração. Não havia escapatória fácil, não havia mãos estendidas com dinheiro ou promessas de alívio imediato. De casa, vinham apenas as vozes da minha mãe e da minha esposa pelo telefone — palavras carregadas de confiança e força, um fio de esperança que me segurava quando tudo parecia desmoronar. E, no fundo, isso me bastava. Porque eu não queria mais voltar atrás, não queria mais o vazio das drogas. Dentro de mim, pulsava uma vontade feroz de viver algo melhor, algo digno, algo honesto — uma vida que me permitisse olhar nos olhos da minha esposa e dizer: “Eu consegui, eu voltei pra você.”
Enfrentei o que plantei. Caminhei de cabeça erguida, mesmo com os pés sujos das ruas, e para cada alma que cruzava meu caminho, eu abria o peito: contava a verdade, crua e sem máscaras. Dizia por que estava ali, perdido entre desconhecidos, e deixava escorrer o arrependimento que queimava em mim. Não era fácil carregar aquele peso, mas era meu — e eu sabia disso.
E então, com a graça de Deus, que nunca soltou minha mão mesmo nos dias mais escuros, eu virei o jogo. Lutei, sangrei por dentro, mas levantei. Conquistei um trabalho, um teto, e, acima de tudo, trouxe minha pretinha de volta pra perto de mim — o maior tesouro que a vida podia me devolver. Se meus pais tivessem me mandado dinheiro, se minha mulher tivesse corrido para me tirar daquele buraco logo de cara, talvez eu não tivesse aprendido. Talvez eu não pudesse erguer a voz hoje e dizer, com o coração cheio: “Fui eu quem usou as drogas. Fui eu quem teve que carregar as consequências. E fui eu quem escolheu renascer.”

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Deixo agora um trecho da obra "Tempo e Nós" de Chico Xavier ditado pelo Espírito André Luiz.

““ Se você realmente ama aqueles que lhe compartilham a estrada, auxilie-os a ser livres para encontrarem a si mesmos, tal qual deseja você a independência própria para ser você, em qualquer lugar. ””


Fiquem com Deus!!

18 fevereiro 2025

CARTA DE DESPEDI PARA AS DROGAS.

    "Meu querido vício, venho por meio desta me despedi de você, que por tantos anos fez parte de forma intensa da minha existência." 
Essa frase marcou o início de uma das etapas do método Minnesota de 12 passos, que certamente foi crucial para meu retorno à sanidade. 
    Essa etapa consistia em redigir uma carta de despedida, um adeus às drogas. 
    Eu acreditava que era necessário mais do que apenas cumprir as tarefas; eu precisava vivenciar essa experiência com autenticidade e vigor. 
    Despedir-me dela era como perder um pedaço de mim, pois a amava. Apesar de estar ciente de tudo mal que ela me causou, e a todos ao meu redor, o desvinculo foi complicado. 
    Em todos os momentos de alegria e tristeza, ela esteve ao meu lado. Após um dia excelente de trabalho, ela era minha recompensa; depois de uma discussão em casa, foi meu refúgio. A droga se tornou meu entretenimento nos dias livres, foi a vida quando eu já não encontrava sentido em nada. Era uma relação marcada por amor e uma devoção inabalável; sabe, eu sonhava em acumular muito dinheiro e viver em um lugar afastado, cercado por drogas, pois apenas isso me parecia suficiente para encontrar a felicidade.

    Minha experiência na clínica foi tanto um grande desafio quanto uma verdadeira benção para a minha recuperação. Embora eu tenha abandonado o tratamento de uma forma abrupta, foi nesse ambiente que consegui aprender, aceitar e decidir ter fé. Realmente passei a desejar ser uma pessoa melhor, deixando de lado minha maldição e buscando uma vida abençoada.

Esse processo foi viável porque confiei em Deus. Foi Ele quem concretizou a transformação que tanto almejava no momento da despedida. Eu clamei em nome de Jesus, pedindo que me tornasse digno do amor que minha esposa sentia por mim e que pudesse restaurar a minha família, a qual havia causado tanto sofrimento.
Sempre que um amigo deixava a clínica, eu costumava dizer a ele: que Deus te faça recordar sempre da dor que você causou às pessoas que te amam e a si mesmo devido às drogas, para que não repita esse erro. Por ter repetido isso tantas vezes, não passa um dia em que não me venha à mente as lembranças da minha mãe chorando por causa do meu vício, ou da minha esposa se despedindo de mim quando fui internado por conta das drogas. 

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    Sou grato a Deus por manter essas memórias sempre vivas em mim, não que eu precise delas para evitar o uso de drogas, pois isso é parte do passado; essas recordações me cobram algo diferente... 

...a reparação. 

    Por intercessão de Nossa Senhora e com Jesus como meu advogado e defensor perante Deus, chegarei lá.
   Até a próxima. Que Deus os abençoe!

11 fevereiro 2025

AINDA CRIANÇA, JÁ DAVA COMO CERTO QUE SERIA UM ADICTO.

    Ah, como eu desejaria que meus pais tivessem encontrado algo semelhante durante a minha infância... 

    Recordo-me de uma das primeiras vezes em que deixei minha impulsividade se manifestar (pelo menos, é o que me lembro). Eu devia ter por volta de sete ou oito anos e vivia no centro da cidade, onde meus pais mantinham uma espécie de loja de conveniência, com uma variedade enorme de produtos. Muitas horas do meu dia eram passadas ali, exceto quando estava na escola ou me divertindo com as crianças do bairro. Numa dessas tardes, apareceram alguns meninos mais velhos com carrinhos de rolimã (um verdadeiro sucesso no final dos anos 80), que haviam confeccionado por conta própria. Como era de se imaginar, todas as crianças queriam ter um também; algumas pediram ajuda aos pais, outras se dispuseram a construir os seus próprios, e havia ainda os que se ofereciam para "dar uma voltinha" com os carrinhos dos amigos. É claro que eu tentei seguir o método tradicional deles, mas... 

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    Contudo, meus pais não me apoiaram. Não era por falta de recursos financeiros ou pela preocupação de que eu brincasse fora de casa, mas porque, sendo uma área central, o fluxo de veículos era intenso e havia o risco de caminhões, já que havia fábricas de arroz nas redondezas. Resumindo: brincar com um carrinho de rolimã naquele local era bastante arriscado. Para mim, aquele brinquedo simbolizava uma espécie de "status" para quem possuía e tinha a chance de se divertir. Essa percepção se intensificou quando algumas crianças começaram a alugar os carrinhos em troca de dinheiro. Assim, vi uma oportunidade emergir, mas tinha plena consciência de que meus pais nunca permitiriam que eu usasse dinheiro para isso. Sem hesitar, tomei a decisão de pegar um pouco do caixa da conveniência e corri para alugar meu carrinho. Aquele momento trouxe uma sensação indescritível de um poder ilusório e aceitação. No dia seguinte, a história se repetiu, e nos dias posteriores também...

"... Eu comecei a planejar como seria o dia seguinte, passando horas na sala de aula pensando na melhor maneira de tirar um dinheiro do caixa dos meus pais para saciar mais uma vez meu desejo. A cada dia, meu anseio aumentava, e eu me dedicava completamente a isso, sem perceber. Manipulava as circunstâncias com a astúcia de um psicopata para garantir mais um dia de "satisfação". 

    Eu, ainda uma criança, já era um viciado na minha compulsão, um prisioneiro da minha própria "vontade". 

    Andar de rolimã já não tinha mais a mesma graça, mas no dia seguinte lá estava eu novamente. 

    Quem sabe se alguém tivesse notado isso naquela época... 

...se meus pais soubessem o que se passava na minha mente... 

...certamente você não estaria lendo isso hoje. 

    É importante destacar que não estou à procura de culpar meus pais, pois sempre recebi deles exemplos de honestidade, trabalho duro, superação e amor. Foi graças aos ensinamentos deles, que tinham um caráter admirável, que hoje eu consigo escrever. Mas a verdade é que eu já lutava contra um vício."

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    No próximo artigo vou dar outros exemplos de convulsividade que tive antes de conhecer as drogas.

Fiquem com Deus!!


06 fevereiro 2025

AINDA CRIANÇAS, JÁ ÉRAMOS COMPULSIVOS .

    Iniciei o uso de drogas aos 17 anos. Na época, trabalhava em uma empresa de cobranças e, em uma confraternização habitual com os colegas, meu chefe me apresentou e fez a oferta. Na ilusão de querer me sentir aceito naquele grupo, acabei aceitando...

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...Na semana seguinte, lá estava eu novamente, aceitando mais uma vez e, em breve, já comprando. A transição de usuário ocasional para viciado compulsivo foi rápida. Fazia tudo o que fosse necessário para obter cada vez mais e mais.

    Doze anos depois, reconheci minha dependência e, enquanto estava em uma clínica, compartilhando experiências de vida com meus colegas de tratamento, percebi algo que todos nós tínhamos em comum na infância e adolescência: éramos escravos em nossas próprias compulsões antes mesmo de entrarmos em contato com qualquer substância.

O psicólogo do local ficou interessado em investigar mais a fundo essa teoria e coletar dados que a sustentassem, mas, infelizmente, o proprietário da clínica não apenas se mostrou indiferente, como também vetou esse tipo de discussão. Como já mencionei, eu decidi sair do tratamento (não foi esse o motivo da minha saída). Mesmo sem ter formação específica, resolvi realizar minha própria pesquisa e conversei com várias pessoas da minha faixa etária que levavam vidas normais, sem vícios ilícitos, trabalhando e assumindo responsabilidades. A cada “entrevista” que conduzia, ficava cada vez mais evidente que existia uma maneira de identificar um potencial dependente. Hoje, estou convencido de que a avaliação realmente pode salvar vidas!

No artigo que vem, irei compartilhar como, desde a minha infância, eu aceitava minha compulsividade como algo normal.

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    Até semana que vem!

   Que Deus abençoe a todos!


04 fevereiro 2025

DE ADICTO À COMPROMISSADO COM DEUS.

    Olá! Meu nome é Emerson Corrêa, e neste blog vou compartilhar como começou minha jornada, como utilizei e como deixei para trás a vida de adicto.

    Não vou discutir religiões, mas falarei sobre a minha fé. Também não entrarei em questões políticas, mas apresentarei minha perspectiva. Não irei me ater ao politicamente correto, mas defenderei o que considero certo.

    Passei anos envolvido com drogas e, após uma internação em uma clínica de recuperação que deixei no terceiro mês, acabei morando nas ruas, dormindo em praças e vivendo da "credibilidade" das pessoas. Foi nesse período que encontrei a verdadeira sanidade.

    Quando ainda era um dos muitos internos de uma clínica de recuperação de dependentes químicos, recebi algumas coisas enviadas pela minha família. Uma delas foi uma revista chamada DDC (Dimensão da Doutrina Cristã), Sagrada Família. Nela, encontrei a oração "Poderosa Mão de Jesus", e posso afirmar que vou abordar essa oração diversas vezes ao longo do blog.

 


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    Toda semana, reunia-me na capela da clínica com o Irmão Nego, que fazia suas pregações de forma clara e direta. Ele abordava bastante o tema da atitude, a força de vontade e a relevância de aceitar, e principalmente, de querer Jesus em nossas vidas. Ele esclareceu a distinção entre ser maldito e bendito aos olhos da sociedade. Ressaltou que, para compreendermos a vontade de Deus em nossas vidas, basta ouvir nossa própria consciência e agir de acordo com ela. É uma questão de seguir o que parece certo dentro do nosso próprio entendimento, pois aquela voz na minha cabeça que ajuda a distinguir o certo do errado é, na verdade, a voz de Deus falando em meu coração. Um exemplo bastante simples que costumo dar é o meu vício em fumar. Tenho plena consciência de que é algo errado. Não porque um médico ou a televisão tenha me alertado, mas porque eu sei. Mesmo assim, sou constantemente confrontado pela traição do meu próprio discernimento.

    Neste blog, compartilharei minhas vivências antes, durante e após o uso de drogas, com o intuito de demonstrar que é possível superar essa adição. Vou expor de que maneira os 12 passos dos Narcóticos Anônimos impactaram positivamente e negativamente a minha recuperação.

    Descreverei como, enquanto adicto, destruí minha vida e como, agora sóbrio, consegui recomeçar.

    Serão abordados conflitos, dificuldades, mentiras e verdades que vivenciei.

    Espero que você encontre aqui o que busca. Aproveitem o blog, deixem seus comentários, compartilhem e, mais uma vez, reforço: considere apoiar este blog com uma contribuição via Pix.

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    Este blog será semanal. Obrigado pela visita!

    Fiquem com Deus e até semana que vem!