"Meu querido vício, venho por meio desta me despedi de você, que por tantos anos fez parte de forma intensa da minha existência."
Essa frase marcou o início de uma das etapas do método Minnesota de 12 passos, que certamente foi crucial para meu retorno à sanidade.
Essa etapa consistia em redigir uma carta de despedida, um adeus às drogas.
Eu acreditava que era necessário mais do que apenas cumprir as tarefas; eu precisava vivenciar essa experiência com autenticidade e vigor.
Despedir-me dela era como perder um pedaço de mim, pois a amava. Apesar de estar ciente de tudo mal que ela me causou, e a todos ao meu redor, o desvinculo foi complicado.
Em todos os momentos de alegria e tristeza, ela esteve ao meu lado. Após um dia excelente de trabalho, ela era minha recompensa; depois de uma discussão em casa, foi meu refúgio. A droga se tornou meu entretenimento nos dias livres, foi a vida quando eu já não encontrava sentido em nada. Era uma relação marcada por amor e uma devoção inabalável; sabe, eu sonhava em acumular muito dinheiro e viver em um lugar afastado, cercado por drogas, pois apenas isso me parecia suficiente para encontrar a felicidade.
Minha experiência na clínica foi tanto um grande desafio quanto uma verdadeira benção para a minha recuperação. Embora eu tenha abandonado o tratamento de uma forma abrupta, foi nesse ambiente que consegui aprender, aceitar e decidir ter fé. Realmente passei a desejar ser uma pessoa melhor, deixando de lado minha maldição e buscando uma vida abençoada.
Esse processo foi viável porque confiei em Deus. Foi Ele quem concretizou a transformação que tanto almejava no momento da despedida. Eu clamei em nome de Jesus, pedindo que me tornasse digno do amor que minha esposa sentia por mim e que pudesse restaurar a minha família, a qual havia causado tanto sofrimento.
Sempre que um amigo deixava a clínica, eu costumava dizer a ele: que Deus te faça recordar sempre da dor que você causou às pessoas que te amam e a si mesmo devido às drogas, para que não repita esse erro. Por ter repetido isso tantas vezes, não passa um dia em que não me venha à mente as lembranças da minha mãe chorando por causa do meu vício, ou da minha esposa se despedindo de mim quando fui internado por conta das drogas.
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67984724381 (Marly).
Sou grato a Deus por manter essas memórias sempre vivas em mim, não que eu precise delas para evitar o uso de drogas, pois isso é parte do passado; essas recordações me cobram algo diferente...
...a reparação.
Por intercessão de Nossa Senhora e com Jesus como meu advogado e defensor perante Deus, chegarei lá.
Até a próxima. Que Deus os abençoe!