18 março 2025

PRIMEIRO PASSO? SERÁ?

Frequentemente, eu me convencia de que não era um dependente, uma vez que utilizava substâncias apenas nos finais de semana. Achava que, se quisesse, poderia parar de usar drogas tão facilmente quanto termina um refrigerante e descarta a lata. Diversas vezes, saí para adquirir drogas, utilizando metade do dinheiro que tinha, dizendo a mim mesmo: “é só essa por hoje, pois vou precisar do restante amanhã”. No entanto, assim que a droga acabava, voltava a prometer: “vou gastar e amanhã consigo repor o dinheiro pedindo emprestado a alguém”, e logo me via consumindo novamente até que tudo terminasse, saindo em busca de mais. O plano de pedir dinheiro emprestado se tornava realidade, e eu já não pensava em quitar minhas contas. Quando percebia, o dia seguinte chegava e eu estava sem dinheiro, endividado e em desespero,


CONSIDERE AJUDAR ESSE BLOG.
CHAVE PIX CELULAR 67984724381 (Marly)


desejando ainda mais drogas. O que eu quero ressaltar é que, no que diz respeito ao uso de drogas, não há usuários ocasionais. Passei pela fase em que dizia que só usaria nos finais de semana, mas, na verdade, para mim, o fim de semana começava na segunda-feira. Contudo, a negação não vinha só de mim; família e amigos também a apresentavam. Você provavelmente já ouviu a frase: "ele é uma pessoa adorável quando não está usando drogas". Mas quando, de fato, um dependente está livre de seu vício? Eu mesmo costumava ser gentil e educado antes de me drogar, mas isso era apenas uma forma de manipular a situação para conseguir usar. Com uma astúcia quase psicopata, conseguia convencer todos à minha volta: alguns me ajudavam financeiramente, outros me deixavam sozinho durante meu uso e havia aqueles que colaboravam para que eu manipulasse terceiros. Em resumo, um dependente como eu está sempre sob a influência, mesmo quando ainda não usou a substância, pois seu comportamento é moldado pela dependência. Durante meu tempo na clínica, meu terapeuta costumava dizer: "se a Globo visitasse este lugar, contrataria todos vocês como atores".

Por isso, não se deve confiar em adictos. Mesmo quando são pressionados pelas consequências e obrigados a prestar contas pelas loucuras que cometeram para sustentar o consumo de drogas (como roubos, mentiras e fraudes...), eu consegui, diversas vezes, manipular as pessoas ao meu redor usando o primeiro passo do A.A. (Alcoólicos Anônimos). Você está familiarizado com ele?

O primeiro passo é: “Admitimos que éramos impotentes perante as drogas e que tínhamos perdido o controle sobre nossas vidas.” Você sabe quando essas palavras são pronunciadas com sinceridade por um adicto?

Isso acontece quando ele já não tem mais ninguém em quem confiar. Falo isso por experiência própria, pois enquanto havia alguém tentando me ajudar, eu apenas enxergava essa pessoa como uma vítima a ser manipulada em favor dos meus vícios.

Graças a Deus, consegui perder a minha credibilidade, a confiança e o apoio de familiares e amigos antes de chegar a um ponto sem retorno. Porque a credibilidade, a confiança e o convívio com a família e amigos são coisas que posso recuperar. Se eu já tivesse morrido em decorrência das drogas...


AJUDE ESSE BLOG A SE MANTER. SEJA UM PARCEIRO!

CHAVE PIX CELULAR 6798724388 (Marly)


Até a próxima! Que Deus esteja com vocês!

10 março 2025

É MINHA OBRIGAÇÃO.

Olá, pessoal! Meu nome é Emeson Corrêa, e eu estou limpo há tantos anos, tantos meses, tantos dias tantas e horas — não vou precisar os números, porque, para mim, isso não é um troféu para exibir. Você já deve ter ouvido esse tipo de apresentação em reuniões de dependentes ou em algum blog por aí, como se fosse preciso gritar ao mundo o tempo de sobriedade para receber aplausos. Eu penso diferente. Estar limpo, parar de usar drogas ou começar um tratamento não é um feito extraordinário — é simplesmente minha obrigação, meu compromisso comigo mesmo e com Deus. Não estou aqui buscando medalhas.
Mas confesso: é bom, sim, quando alguém me dá os parabéns por estar bem, por estar firme na luta e ajudando pessoas que, como eu um dia, estiveram afundadas no lamaçal das drogas. Meu ego até agradece, mas no fundo eu sei que isso é mais do que vaidade. É meu dever. Sinto que, ao fazer esse trabalho, estou retribuindo aos meus irmãos o que Deus, nosso Pai, fez por mim — direta e indiretamente, com mãos visíveis e invisíveis que me puxaram do abismo.

UM MINUTO DE SEU TEMPO POR FAVOR.
CONSIDERE AJUDAR A MANTER ESSE BLOG COM QUALQUER VALOR PARA CHAVE PIX CELULAR 67984724381 (Marly).
DESDE JÁ, AGRADEÇO A PARCERIA.

Lá na clínica, onde minha vida começou a mudar, conheci um homem de Deus. Era um irmão de uma igreja que, toda segunda-feira, trazia palavras de espiritualidade que mexiam comigo. Ele me mostrou o caminho, abriu as portas do meu coração para entender como chegar mais perto do Pai — e que isso só é possível através de Jesus. Foi ali que senti a presença divina agindo em mim, como um sopro de vida. Aprendi também uma lição preciosa: cuidado com o que peço a Deus, porque Ele sempre responde. Não vem num passe de mágica, mas na forma de oportunidades. E cabe a mim ter fé para agarrá-las.
Quando pedi serenidade, Ele me deu situações para eu me manter calmo — e, olha, eu fraquejei muitas vezes. Pedi fé, e Ele me entregou chances de acreditar, de me segurar nas palavras da Bíblia como uma criança que aperta a mão do pai para não tropeçar. E teve um momento em que, cansado, quase desisti da clínica. Pedi sanidade e força para resistir às drogas, que tanto me destruíram e machucaram quem eu amo. Foi então que Deus me testou de verdade.
Numa revista rotineira na clínica, encontrei cinco gramas de droga. Eu, que fui um usuário compulsivo por doze anos, peguei aquilo nas mãos e senti um terremoto dentro de mim. Vieram as lembranças — a tristeza que eu causei, o desespero que vivi, a insanidade que me dominou por tanto tempo. Mas, naquele instante, algo maior falou comigo. Corri até a coordenação como se estivesse arrancando um veneno do meu peito, um peso insuportável da minha alma, e entreguei a droga. Naquele momento, tive certeza: era Deus me dizendo “é agora, Emerson, escolhe o caminho”. Alguns chamam isso de consciência, mas eu sei que era Ele.
Eu podia ter escolhido diferente. Podia ter guardado aquilo para usar depois — estava sozinho, ninguém ia saber. Mas isso teria acabado comigo, destruído qualquer chance de reabilitação. E eu não estaria aqui hoje, escrevendo essas palavras para você.
Sempre que um companheiro deixava a clínica, eu me despedia com o coração na mão:
“Espero que Deus te faça lembrar todos os dias das coisas que te trouxeram até aqui, para que você nunca mais cometa os mesmos erros e volte.”
Era um desejo sincero. Eu queria que eles ficassem firmes, porque compartilhamos tantas dores, tantas histórias da nossa doença ativa.
Quando eu mesmo saí do tratamento, repeti isso para mim — inúmeras vezes. Chorava com as imagens que invadiam minha mente: as coisas que vendi, os roubos que cometi, o olhar de desespero da minha mãe, as lágrimas da minha mulher enquanto eu saía, insensível, atrás de mais droga. Até hoje é assim. Mesmo tendo feito um compromisso com Deus, mesmo não sendo mais apenas um “adicto em recuperação”, o Pai nunca me deixa esquecer das loucuras que as drogas me levaram a fazer. E eu agradeço por isso. Essas lembranças são o meu lembrete, o meu escudo.
Entende? Isso não é mérito meu. É graça, é força que vem de cima. Eu sou só um instrumento, alguém que caiu, se levantou e agora quer ajudar você a se levantar também.

Até a próxima postagem, pessoal. lembre-se de ajudar com um Pix de qualquer valor.

Fiquem com Deus!

01 março 2025

PLANTEI DROGAS SOZINHO E COLHI EU MESMO.

    O conceito de co-alcoólatra surgiu para descrever as esposas de alcoólatras, que, na década de 70, começaram a se reunir em encontros paralelos aos que seus maridos frequentavam no AA (Alcoólicos Anônimos). Durante esses encontros, elas perceberam que compartilhavam um ponto em comum: toda a dinâmica familiar estava centrada em torno do dependente. 
    É o caso da mãe que faz de tudo para que o filho não deixe o lar, da esposa que prefere permitir que seu marido alcoólatra beba em casa a vê-lo ir a um bar, ou do avô que quita as dívidas do neto com os traficantes. Esses são exemplos típicos, embora genéricos, que ilustram como a co-dependência (a dependência da dependência do outro) está profundamente arraigada nas relações sociais e familiares.
    Segundo Sérgio Nicastri, coordenador do programa de álcool e drogas do Hospital Albert Einstein, o co-dependente, temendo perder o controle sobre o dependente, muitas vezes acaba comprando ou custeando a substância que alimenta o vício do outro.


 
"Por essa razão, é fundamental abordar tanto o usuário quanto sua família."  
     Há uma relação interdependente entre eles. Assim como o dependente forma um vínculo com a substância que não consegue controlar, o co-dependente cria uma dinâmica de submissão em relação a outra pessoa, vivendo em função da dependência do outro.  
Inconscientemente, o co-dependente se vê como uma vítima, expressando frases como "sou um coitado, mas olhe como sou forte e tudo que tenho que aguentar" ou "é uma demonstração de heroísmo e uma necessidade dolorosa de ajudar os outros". Em outras palavras, essa é a "droga" do co-dependente, já que a validação externa sobre seu sofrimento alimenta sua profunda autocompaixão.  
Preste atenção ao que dirijo a você agora: sua vida é sua. Apenas você será responsável por ela. A vida dos outros não está sujeita ao seu julgamento. Os erros de quem está ao seu redor refletirão sobre eles, e não sobre você.
    Quero deixar claro que a responsabilidade pela dependência e pelos danos gerados pela doença é do próprio dependente. Não estou insinuando que devemos ignorar quem está viciado; na verdade, o apoio é fundamental durante o processo de recuperação. Reitero: esse apoio é crucial no decorrer da recuperação, pois quando o viciado está ativamente consumindo, como eu estive, a única coisa que realmente importa é saciar o vício.
    Enquanto contava com meus co-dependentes fazendo tudo por mim e tentando, em vão, me guiar para uma melhora, eu me aproveitava da situação para manipulá-los, enganá-los e intensificar ainda mais suas funções de co-dependentes, tudo para continuar usando drogas.
    Na maioria das tentativas de recuperação, é comum que os viciados sejam inicialmente "abandonados à própria sorte". Somente depois de se encontrarem sem recursos e sem apoio é que reconhecem a necessidade de ajuda e a urgência de parar de usar drogas, levando, na maioria das vezes, a buscar abrigo em uma casa de recuperação.
    Eu precisei cair para entender o chão. Fui internado, mas abandonei o tratamento, e o mundo me jogou numa cidade estranha, sem um tostão no bolso, sem um teto, dormindo nas portas frias de igrejas, com a fome roendo o estômago e o coração. Não havia escapatória fácil, não havia mãos estendidas com dinheiro ou promessas de alívio imediato. De casa, vinham apenas as vozes da minha mãe e da minha esposa pelo telefone — palavras carregadas de confiança e força, um fio de esperança que me segurava quando tudo parecia desmoronar. E, no fundo, isso me bastava. Porque eu não queria mais voltar atrás, não queria mais o vazio das drogas. Dentro de mim, pulsava uma vontade feroz de viver algo melhor, algo digno, algo honesto — uma vida que me permitisse olhar nos olhos da minha esposa e dizer: “Eu consegui, eu voltei pra você.”
Enfrentei o que plantei. Caminhei de cabeça erguida, mesmo com os pés sujos das ruas, e para cada alma que cruzava meu caminho, eu abria o peito: contava a verdade, crua e sem máscaras. Dizia por que estava ali, perdido entre desconhecidos, e deixava escorrer o arrependimento que queimava em mim. Não era fácil carregar aquele peso, mas era meu — e eu sabia disso.
E então, com a graça de Deus, que nunca soltou minha mão mesmo nos dias mais escuros, eu virei o jogo. Lutei, sangrei por dentro, mas levantei. Conquistei um trabalho, um teto, e, acima de tudo, trouxe minha pretinha de volta pra perto de mim — o maior tesouro que a vida podia me devolver. Se meus pais tivessem me mandado dinheiro, se minha mulher tivesse corrido para me tirar daquele buraco logo de cara, talvez eu não tivesse aprendido. Talvez eu não pudesse erguer a voz hoje e dizer, com o coração cheio: “Fui eu quem usou as drogas. Fui eu quem teve que carregar as consequências. E fui eu quem escolheu renascer.”

POR FAVOR. CONSIDERE AJUDAR
ESSE BLOG COM QUALQUER VALOR VIA PIX.
CHAVE PIX CELULAR 67984724381 (MARLY).
DESDE JÁ AGRADEÇO A CONFIANÇA E PARCERIA!


Deixo agora um trecho da obra "Tempo e Nós" de Chico Xavier ditado pelo Espírito André Luiz.

““ Se você realmente ama aqueles que lhe compartilham a estrada, auxilie-os a ser livres para encontrarem a si mesmos, tal qual deseja você a independência própria para ser você, em qualquer lugar. ””


Fiquem com Deus!!

18 fevereiro 2025

CARTA DE DESPEDI PARA AS DROGAS.

    "Meu querido vício, venho por meio desta me despedi de você, que por tantos anos fez parte de forma intensa da minha existência." 
Essa frase marcou o início de uma das etapas do método Minnesota de 12 passos, que certamente foi crucial para meu retorno à sanidade. 
    Essa etapa consistia em redigir uma carta de despedida, um adeus às drogas. 
    Eu acreditava que era necessário mais do que apenas cumprir as tarefas; eu precisava vivenciar essa experiência com autenticidade e vigor. 
    Despedir-me dela era como perder um pedaço de mim, pois a amava. Apesar de estar ciente de tudo mal que ela me causou, e a todos ao meu redor, o desvinculo foi complicado. 
    Em todos os momentos de alegria e tristeza, ela esteve ao meu lado. Após um dia excelente de trabalho, ela era minha recompensa; depois de uma discussão em casa, foi meu refúgio. A droga se tornou meu entretenimento nos dias livres, foi a vida quando eu já não encontrava sentido em nada. Era uma relação marcada por amor e uma devoção inabalável; sabe, eu sonhava em acumular muito dinheiro e viver em um lugar afastado, cercado por drogas, pois apenas isso me parecia suficiente para encontrar a felicidade.

    Minha experiência na clínica foi tanto um grande desafio quanto uma verdadeira benção para a minha recuperação. Embora eu tenha abandonado o tratamento de uma forma abrupta, foi nesse ambiente que consegui aprender, aceitar e decidir ter fé. Realmente passei a desejar ser uma pessoa melhor, deixando de lado minha maldição e buscando uma vida abençoada.

Esse processo foi viável porque confiei em Deus. Foi Ele quem concretizou a transformação que tanto almejava no momento da despedida. Eu clamei em nome de Jesus, pedindo que me tornasse digno do amor que minha esposa sentia por mim e que pudesse restaurar a minha família, a qual havia causado tanto sofrimento.
Sempre que um amigo deixava a clínica, eu costumava dizer a ele: que Deus te faça recordar sempre da dor que você causou às pessoas que te amam e a si mesmo devido às drogas, para que não repita esse erro. Por ter repetido isso tantas vezes, não passa um dia em que não me venha à mente as lembranças da minha mãe chorando por causa do meu vício, ou da minha esposa se despedindo de mim quando fui internado por conta das drogas. 

Por favor, considere ajudar com um pix de qualquer valor para:

CHAVE PIX CELULAR

67984724381 (Marly).


    Sou grato a Deus por manter essas memórias sempre vivas em mim, não que eu precise delas para evitar o uso de drogas, pois isso é parte do passado; essas recordações me cobram algo diferente... 

...a reparação. 

    Por intercessão de Nossa Senhora e com Jesus como meu advogado e defensor perante Deus, chegarei lá.
   Até a próxima. Que Deus os abençoe!

11 fevereiro 2025

AINDA CRIANÇA, JÁ DAVA COMO CERTO QUE SERIA UM ADICTO.

    Ah, como eu desejaria que meus pais tivessem encontrado algo semelhante durante a minha infância... 

    Recordo-me de uma das primeiras vezes em que deixei minha impulsividade se manifestar (pelo menos, é o que me lembro). Eu devia ter por volta de sete ou oito anos e vivia no centro da cidade, onde meus pais mantinham uma espécie de loja de conveniência, com uma variedade enorme de produtos. Muitas horas do meu dia eram passadas ali, exceto quando estava na escola ou me divertindo com as crianças do bairro. Numa dessas tardes, apareceram alguns meninos mais velhos com carrinhos de rolimã (um verdadeiro sucesso no final dos anos 80), que haviam confeccionado por conta própria. Como era de se imaginar, todas as crianças queriam ter um também; algumas pediram ajuda aos pais, outras se dispuseram a construir os seus próprios, e havia ainda os que se ofereciam para "dar uma voltinha" com os carrinhos dos amigos. É claro que eu tentei seguir o método tradicional deles, mas... 

    Peço só um momento da sua atenção. Agradeço muito pela generosidade em me apoiar. Caso possa, considere realizar um pix de qualquer valor para: 

CHAVE PIX CELULAR 

67984724381 (Marly).

Agradeço imensamente pela parceria!

 

    Contudo, meus pais não me apoiaram. Não era por falta de recursos financeiros ou pela preocupação de que eu brincasse fora de casa, mas porque, sendo uma área central, o fluxo de veículos era intenso e havia o risco de caminhões, já que havia fábricas de arroz nas redondezas. Resumindo: brincar com um carrinho de rolimã naquele local era bastante arriscado. Para mim, aquele brinquedo simbolizava uma espécie de "status" para quem possuía e tinha a chance de se divertir. Essa percepção se intensificou quando algumas crianças começaram a alugar os carrinhos em troca de dinheiro. Assim, vi uma oportunidade emergir, mas tinha plena consciência de que meus pais nunca permitiriam que eu usasse dinheiro para isso. Sem hesitar, tomei a decisão de pegar um pouco do caixa da conveniência e corri para alugar meu carrinho. Aquele momento trouxe uma sensação indescritível de um poder ilusório e aceitação. No dia seguinte, a história se repetiu, e nos dias posteriores também...

"... Eu comecei a planejar como seria o dia seguinte, passando horas na sala de aula pensando na melhor maneira de tirar um dinheiro do caixa dos meus pais para saciar mais uma vez meu desejo. A cada dia, meu anseio aumentava, e eu me dedicava completamente a isso, sem perceber. Manipulava as circunstâncias com a astúcia de um psicopata para garantir mais um dia de "satisfação". 

    Eu, ainda uma criança, já era um viciado na minha compulsão, um prisioneiro da minha própria "vontade". 

    Andar de rolimã já não tinha mais a mesma graça, mas no dia seguinte lá estava eu novamente. 

    Quem sabe se alguém tivesse notado isso naquela época... 

...se meus pais soubessem o que se passava na minha mente... 

...certamente você não estaria lendo isso hoje. 

    É importante destacar que não estou à procura de culpar meus pais, pois sempre recebi deles exemplos de honestidade, trabalho duro, superação e amor. Foi graças aos ensinamentos deles, que tinham um caráter admirável, que hoje eu consigo escrever. Mas a verdade é que eu já lutava contra um vício."

   Por favor, considere ajudar com um pix de qualquer valor para:

CHAVE PIX CELULAR

67984724381 (Marly)

    No próximo artigo vou dar outros exemplos de convulsividade que tive antes de conhecer as drogas.

Fiquem com Deus!!


06 fevereiro 2025

AINDA CRIANÇAS, JÁ ÉRAMOS COMPULSIVOS .

    Iniciei o uso de drogas aos 17 anos. Na época, trabalhava em uma empresa de cobranças e, em uma confraternização habitual com os colegas, meu chefe me apresentou e fez a oferta. Na ilusão de querer me sentir aceito naquele grupo, acabei aceitando...

*Preciso de um momento da sua atenção. Peço o seu apoio. Considere contribuir com este blog fazendo uma doação, de qualquer valor, através do Pix. Desde já, agradeço a colaboração.

CHAVE PIX CELULAR: 67984724381 (MARLY).

 

...Na semana seguinte, lá estava eu novamente, aceitando mais uma vez e, em breve, já comprando. A transição de usuário ocasional para viciado compulsivo foi rápida. Fazia tudo o que fosse necessário para obter cada vez mais e mais.

    Doze anos depois, reconheci minha dependência e, enquanto estava em uma clínica, compartilhando experiências de vida com meus colegas de tratamento, percebi algo que todos nós tínhamos em comum na infância e adolescência: éramos escravos em nossas próprias compulsões antes mesmo de entrarmos em contato com qualquer substância.

O psicólogo do local ficou interessado em investigar mais a fundo essa teoria e coletar dados que a sustentassem, mas, infelizmente, o proprietário da clínica não apenas se mostrou indiferente, como também vetou esse tipo de discussão. Como já mencionei, eu decidi sair do tratamento (não foi esse o motivo da minha saída). Mesmo sem ter formação específica, resolvi realizar minha própria pesquisa e conversei com várias pessoas da minha faixa etária que levavam vidas normais, sem vícios ilícitos, trabalhando e assumindo responsabilidades. A cada “entrevista” que conduzia, ficava cada vez mais evidente que existia uma maneira de identificar um potencial dependente. Hoje, estou convencido de que a avaliação realmente pode salvar vidas!

No artigo que vem, irei compartilhar como, desde a minha infância, eu aceitava minha compulsividade como algo normal.

*Peço desculpas, mas preciso enfrentar esse momento de vulnerabilidade. Se você puder, considere colaborar com o blog através de uma doação via Pix, qualquer valor será bem-vindo. Agradeço de coração pela sua parceria.

CHAVE PIX CELULAR: 67984724381 (MARLY).

    Até semana que vem!

   Que Deus abençoe a todos!


04 fevereiro 2025

DE ADICTO À COMPROMISSADO COM DEUS.

    Olá! Meu nome é Emerson Corrêa, e neste blog vou compartilhar como começou minha jornada, como utilizei e como deixei para trás a vida de adicto.

    Não vou discutir religiões, mas falarei sobre a minha fé. Também não entrarei em questões políticas, mas apresentarei minha perspectiva. Não irei me ater ao politicamente correto, mas defenderei o que considero certo.

    Passei anos envolvido com drogas e, após uma internação em uma clínica de recuperação que deixei no terceiro mês, acabei morando nas ruas, dormindo em praças e vivendo da "credibilidade" das pessoas. Foi nesse período que encontrei a verdadeira sanidade.

    Quando ainda era um dos muitos internos de uma clínica de recuperação de dependentes químicos, recebi algumas coisas enviadas pela minha família. Uma delas foi uma revista chamada DDC (Dimensão da Doutrina Cristã), Sagrada Família. Nela, encontrei a oração "Poderosa Mão de Jesus", e posso afirmar que vou abordar essa oração diversas vezes ao longo do blog.

 


    Só um segundo de sua atenção. Peço que considere apoiar este blog. Você pode fazer um Pix de qualquer valor. Chave Pix Celular (67) 98472-4381 (Marly). Agradeço desde já pela parceria!

    Toda semana, reunia-me na capela da clínica com o Irmão Nego, que fazia suas pregações de forma clara e direta. Ele abordava bastante o tema da atitude, a força de vontade e a relevância de aceitar, e principalmente, de querer Jesus em nossas vidas. Ele esclareceu a distinção entre ser maldito e bendito aos olhos da sociedade. Ressaltou que, para compreendermos a vontade de Deus em nossas vidas, basta ouvir nossa própria consciência e agir de acordo com ela. É uma questão de seguir o que parece certo dentro do nosso próprio entendimento, pois aquela voz na minha cabeça que ajuda a distinguir o certo do errado é, na verdade, a voz de Deus falando em meu coração. Um exemplo bastante simples que costumo dar é o meu vício em fumar. Tenho plena consciência de que é algo errado. Não porque um médico ou a televisão tenha me alertado, mas porque eu sei. Mesmo assim, sou constantemente confrontado pela traição do meu próprio discernimento.

    Neste blog, compartilharei minhas vivências antes, durante e após o uso de drogas, com o intuito de demonstrar que é possível superar essa adição. Vou expor de que maneira os 12 passos dos Narcóticos Anônimos impactaram positivamente e negativamente a minha recuperação.

    Descreverei como, enquanto adicto, destruí minha vida e como, agora sóbrio, consegui recomeçar.

    Serão abordados conflitos, dificuldades, mentiras e verdades que vivenciei.

    Espero que você encontre aqui o que busca. Aproveitem o blog, deixem seus comentários, compartilhem e, mais uma vez, reforço: considere apoiar este blog com uma contribuição via Pix.

    CHAVE PIX CELULAR: (67) 98472-4381 (Marly).

    Este blog será semanal. Obrigado pela visita!

    Fiquem com Deus e até semana que vem!


26 setembro 2010

"ELE JÁ FEZ O PEIXE. EU SÓ TENHO QUE PESCAR."

ESTOU TRABALHANDO MUITO GRAÇAS A DEUS.
SEMPRE FUI BOM TRABALHADOR, ATÉ MESMO QUANDO USAVA DROGAS.
HOJE UM AMIGO AO SUGERIU QUE EU DEVERIA FICAR EM CASA DESCANSANDO POR SE TRATAR DE UM DOMINGO A TARDE E COM CHUVA. DISSE A ELE QUE QUANDO USAVA DROGAS TRABALHAVA EM QUALQUER HORÁRIO E EM CONDIÇÕES PIORES SÓ PARA CONSEGUIR O DINHEIRO PARA MEU VICIO.
LEMBREI NA HORA DE COMO MEUS CONTRATANTES E COLEGAS DE TRABALHO ME ELOGIAVAM NA ÉPOCA, ME CHAMANDO DE ESFORÇADO, TRABALHADOR, CORAJOSO...
ENCARAVA QUALQUER DESAFIO, SENDO NA CHUVA, OU CORRENDO RISCOS EM GRANDES ALTURAS PARA EXECUTAR PROJETOS DE DECORAÇÃO. IMPROVISAVA FERRAMENTAS, CRIAVA MEIOS PARA PRODUZIR MAIS NO TRABALHO...
           ...COMO UM ANTIGO CONTRATANTE DIZIA; "ERA PÉ DE BOI".
MAL SABIAM ELES QUE ESSE ESFORÇO TODO ERA SÓ PELO DINHEIRO DAS DROGAS. QUE TODA AQUELA DETERMINAÇÃO NO TRABALHO ERA SÓ PARA TERMINAR LOGO E IR USAR DROGAS.
MUITAS VEZES TRABALHEI MACHUCADO, COM DORES FORTES E ATÉ SANGRANDO SEM RECLAMAR OU PEDIR AJUDA, COM MEDO DE QUE ME IMPEDISSEM DE TERMINAR O SERVIÇO E RECEBER.
NAQUELA ÉPOCA VALIA TUDO PARA USAR DROGAS.
PORQUE ENTÃO HOJE QUE TENHO UM PROJETO DE VIDA, NÃO POSSO ME DEDICAR AO MAXIMO?
PORQUE SE ESTOU GOZANDO DE PLENA SAÚDE FÍSICA, NÃO POSSO APROVEITAR O MOMENTO PARA GARANTIR UMA RENDA MELHOR?
POSSO ATÉ ESTAR SOBRECARREGADO COM TANTO TRABALHO, DORMINDO POUCO E SEM TEMPO PARA LAZER OU ATÉ MESMO ELABORAR UM TEXTO MELHOR PARA O BLOG.
MAS ISSO É PASSAGEIRO, POIS UM DOS SERVIÇOS ESTA POR ACABAR E LOGO TEREI TODAS AS MANHÃS LIVRES.
ENTÃO, EU QUE SEMPRE TRABALHEI POR DROGAS EM QUAIS QUER CONDIÇÃO. TENHO POR OBRIGAÇÃO ME DEDICAR AO MAXIMO AGORA QUE ESTOU BEM.
ASSIM COMO NÃO EXISTEM FOLGAS NO DIA-A-DIA DE UM ADICTO, NÃO EXISTEM FOLGAS PARA QUEM COMO EU QUER UMA VIDA MELHOR.
SEMPRE PEÇO A DEUS QUE ME AJUDE A MANTER MEU LAR DIGNO E PRÓSPERO. E ELE COMO BOM PAI QUE É, SEMPRE ATENDENDO AO FILHO QUE CLAMA, ATENDE DANDO A OPORTUNIDADE DE ALCANÇAR. CABE A MIM FAZER POR ONDE. OU VOCÊ ACHA QUE DEUS VAI ME ATENDER DANDO O "PEIXE"? DEUS COLOCA O "PEIXE" AO MEU ALCANCE. MAS SOU EU QUEM DEVO "PESCAR".
A RESTITUIÇÃO EXISTE PARA ALGUÉM COMO EU, BASTA SÓ ACREDITAR, TRABALHAR E TER FÉ.
ATÉ A PRÓXIMA!!
FIQUEM COM DEUS!!

28 maio 2010

NÃO POSSO OU NÃO QUERO?

CONVERSANDO COM UM ADICTO ESTA SEMANA, LEMBREI DO QUANTO É IMPORTANTE O "NÃO QUERER" E COMO É PERIGOSO O "NÃO PODER".
FALAVA ELE QUE NÃO PODIA USAR DROGAS, POIS ESTAVA TENTANDO JUNTAR DINHEIRO PARA ABRIR UM PEQUENO NEGÓCIO E MELHORAR SUA RENDA. CONTINUOU TENTANDO ME CONVENCER QUE SERIA FÁCIL PORQUE IRIA BEBER O BASTANTE, PARA QUE NÃO PRECISASSE USAR DROGAS PARA "VIAJAR". LEMBREI QUE EU, JÁ TINHA TENTADO ALGO PARECIDO E TAMBÉM VI MUITOS COMPANHEIROS DANDO DEPOIMENTOS DE COMO FORAM SUAS SUBSTITUIÇÕES.
MINHA PRIMEIRA SUBSTITUIÇÃO, FOI A CLÁSSICA TROCA DAS DROGAS QUÍMICAS POR ÁLCOOL (EU ECONOMIZEI UM BOM DINHEIRO), NÃO FIZ ISSO PORQUE QUERIA DEIXAR AS DROGAS OU ECONOMIZAR, SÓ FIZ POR QUE NAQUELA ÉPOCA NÃO TIVE ACESSO FÁCIL A MINHA DROGA PREFERIDA.
BEBIA TODOS OS DIAS COMPULSIVAMENTE, FICAVA MAL E DORMIA, MAS A VONTADE ADICTA PERMANECIA FORTE E CRESCENDO CADA VEZ MAIS, ATÉ SONHAVA QUE ESTAVA USANDO. E NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE COMPREI...
DENTRO DA CLÍNICA A SUBSTITUIÇÃO MAIS COMUM É A POR COMIDA (COMO O POVO LÁ COME), PRECISAVA-MOS PREENCHER O VAZIO QUE EXISTIA COM A PRIVAÇÃO DAS DROGAS, ALGUNS FAZIAM ESSA TROCA PELA FÉ, ORANDO E SE DEDICAVAM A LEITURA DA BÍBLIA (ATÉ QUE ERA UMA BOA IDÉIA), MAS SEMPRE COM O PENSAMENTO CONTÍNUO DE QUE SE PRECISA, 'NÃO USAR DROGAS'. EU MESMO FIZ ESSAS DUAS SUBSTITUIÇÕES LOGO QUE CHEGUEI, E ASSIM QUE PASSEI PELO TEMPO DE ADAPTAÇÃO,  ME DEDIQUEI AO MÁXIMO NA LABORTERAPIA (TRABALHOS DENTRO DA COMUNIDADE), CHEGAVA A TRABALHAR 18 HRS POR DIA SÓ PARA NÃO QUERER USAR DROGAS E PREENCHER MEU VAZIO,  MAS SEMPRE COM O PENSAMENTO "SÓ POR HOJE EU NÃO VOU USAR", QUE ALIÁS É O QUE SE PREGA NA MAIORIA DOS CENTROS DE REABILITAÇÃO.
ALGUNS ADICTOS (RAROS) PASSAM A VIDA TODA FAZENDO SUBSTITUIÇÕES E SE PERMANECEM LIMPOS, A GRANDE MAIORIA FRAQUEJA (INFELIZMENTE), ACREDITO QUE ISSO  ACONTECE MUITO PELO FATO DE QUE ELES VIVEM UM "SÓ POR HOJE".
E ESSA FILOSOFIA DE VIDA DO ADICTO AFETA TAMBÉM A FAMÍLIA, QUE NO MEU PONTO DE VISTA DEIXA DE SER CO-DEPENDENTE PARA SE TORNAR O QUE VOU CHAMAR DE "CO-RESSOCIALIZADA . A FAMÍLIA DEIXA DE VIVER EM FUNÇÃO DO ADICTO ATIVO E PASSA A VIVER EM FUNÇÃO DO VICIADO COM A DOENÇA ESTACIONADA E É DIRETAMENTE AFETADA PELAS PRIVAÇÕES QUE O DEPENDENTE TEM  QUE SOFRER.
VOU CITAR EXEMPLOS; A ESPOSA É CONVIDADA PARA UMA FESTA DE CONFRATERNIZAÇÃO ENTRE COLEGAS DE TRABALHO E SEUS RESPECTIVOS CONJUGUES, SÓ QUE ENTRE OS CONVIDADOS A ESPOSA SABE QUE TERÁ UM ADICTO ATIVO QUE VAI FAZER USO DE DETERMINADA DROGA NO EVENTO. ELA PARA PRESERVAR E AJUDAR O ESPOSO A SE MANTER LIMPO NÃO VAI PODER IR A FESTA. RESULTADO:  NÃO VAI POR CAUSA DO ADICTO.
MAIS UM CASO: ANIVERSÁRIO DE UM PARENTE DO ADICTO EM RECUPERAÇÃO, E TODA A FAMÍLIA REUNIDA PARA UM ALMOÇO. OS AMIGOS CHEGANDO COM ÁLCOOL E A MÃE DO DEPENDENTE FICA PREOCUPADA E PEDE PARA OS CONVIDADOS NÃO BEBEREM, COM O INTUITO DE NÃO FACILITAR UMA RECAÍDA DO FILHO. RESULTADO: TODOS NO EVENTO FORAM AFETADOS PELA DOENÇA DO ADICTO.
VEJA BEM; NÃO ESTOU DIZENDO QUE NÃO VALE A PENA OU QUE, O SPH E AS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS NÃO SEJAM IMPORTANTES PARA RECUPERAÇÃO DE UM DEPENDENTE, ATÉ MESMO PORQUE EU NÃO ESTARIA ESCREVENDO AGORA SE NÃO TIVESSE PASSADO POR UMA CT.
MAS SIM, QUE FOI MUITO MELHOR, QUANDO ACONTECEU O MILAGRE DE DEIXAR DE NÃO PODER USAR, PARA NÃO QUERER DROGAS. ISSO ACONTECEU EM UMA DAS REUNIÕES DE ESPIRITUALIDADE QUE ACONTECIAM NAS SEXTAS-FEIRAS DENTRO DA CLÍNICA. GRAÇAS A DEUS, QUE ATRAVÉS DO EVANGELIZADOR QUE PREGAVA SOBRE ATITUDE E FÉ, TIVE ESSA DEFINITIVA SUBSTITUIÇÃO (ENTENDEU AGORA PORQUE EU CHAMO DE MILAGRE). ENTENDI QUE SERIA DIFÍCIL VIVER LUTANDO CONTRA UMA VONTADE QUE NÃO ERA MINHA. APRENDI QUE JAMAIS ME LIVRARIA DA ANGUSTIA DA PRIVAÇÃO ENQUANTO À REMOESSE DENTRO DE MIM.
ENTÃO DECIDI DEIXAR DE NÃO PODER USAR DROGAS, ATÉ MESMO PORQUE ELA EXISTE EM TODO LUGAR (INFELIZMENTE), E PASSEI A NÃO QUERER. PARECE SIMPLES NÃO É?
HOJE ESCREVENDO ISSO VEJO QUE É REALMENTE FÁCIL. E SABE POR QUE?
PORQUE DEUS TEM UMA VITÓRIA EM MINHA VIDA, ELE FEZ DE MIM UM MILAGRE, E PARA O PAI, CRIADOR DO CÉU, DA TERRA E DE TUDO QUE A NELA, FAZER ISSO FOI "MOLEZA", SÓ PRECISEI DE UMA ATITUDE E ACREDITAR.
ATÉ A PRÓXIMA!
FIQUEM COM DEUS!!

22 maio 2010

O DINHEIRO NUNCA APARECE


POR ANOS ACREDITEI SER CAPAZ DE ADMINISTRAR MINHAS FINANÇAS ENQUANTO USAVA DROGAS. MESMO NUNCA USANDO MEU DINHEIRO PARA LAZER, ROUPAS, UM SIMPLES CORTE DE CABELO E CONTAS ENTÃO, NEM PENSAVA EM PAGA-LAS. MINHA UNICA FINALIDADE PARA MINHA RENDA ERA O CONSUMO DE DROGAS. CONFESSO QUE POR MUITO TEMPO EU CALCULAVA AS DROGAS COMO MOEDA CORRENTE, DAVA O PREÇO DO MEU TRABALHO BASEADO NA QUANTIDADE DE DROGAS A CONSUMIR, COMO UM CRIADOR DE GADO QUE AO NEGOCIAR UMA FERRAMENTA  DIZ: "ESTA CUSTA 5 ARROBAS". QUANDO ROUBAVA UM DETERMINADO OBJETO, NÃO PENSAVA EM QUANTO ELE ME RENDERIA EM DINHEIRO, MAS SIM QUANTAS DOSES ELE VALERIA.

ESTAMOS NA VÉSPERA DA COPA DO MUNDO E ONTEM COMPREI UMA TV DE LCD (COPA É COPA NÃO É?) E PAREI PARA ADMIRAR E PERCEBI AO MEU REDOR, MINHA CASA TODA MOBILIADA, SEM NADA FALTANDO, O CONFORTO DE UM LAR COMO TEM QUE SER.
LEMBREI DE TUDO QUE VENDI E TROQUEI POR DROGAS,  PRIMEIRO AS COISAS "DISPENSÁVEIS" (SÓ EU AS VIA ASSIM), DEPOIS O QUE NÃO FARIA TANTA FALTA E EM SEGUIDA TUDO QUE PUDESSE VALER ALGO NO MERCADO DAS DROGAS E O CARRO FOI EMBORA TAMBÉM. SÓ NÃO VENDI O GUARDA-ROUPAS, CAMA, TV E ALGUMAS ROUPAS (NEM ROUPAS EU POUPEI). TUDO QUE PASSAVA POR MINHAS MÃOS VIRAVA MOEDA DE TROCA POR DROGAS, UM VIDRO DE PERFUME, A CHAVE-DE-RODAS DO CARRO, UM PAR DE CHINELOS EM BOM ESTADO ATÉ MESMO UM VALE TRANSPORTE ERA CONVERTIDO EM DROGAS.
VIA TODOS AO MEU REDOR ADQUIRINDO BENS, MEUS AMIGOS COMPRANDO CARROS, CONSTRUINDO CASAS E TENDO UMA VIDA PROSPERA E SANA. ADMITO QUE TIVE INVEJA POR MUITAS VEZES E USAVA ESSA FALTA DE "JUSTIÇA" (QUERIA TAMBÉM SER PROSPERO) COMO MOTIVO PARA DROGAR-ME, CULPANDO DEUS POR SER TÃO INFERIOR AOS DEMAIS. SABE? EU GANHAVA MAIS QUE A MAIORIA DELES, O DOBRO EM ALGUNS CASOS, MAS O DESTINO DOS MEUS RENDIMENTOS ERA A BOCA DE FUMO.
HOJE SEI QUE O CULPADO POR TANTA DIFERENÇA NUNCA FOI DEUS. ALIÁS ELE SEMPRE ESTEVE ME AJUDANDO, POIS SE NÃO FUI PRESO PELOS ROUBOS OU MORTO POR UM TRAFICANTE, FOI PORQUE DEUS OLHOU POR MIM.E SE HOJE EU POSSO ASSUMIR MEUS ERROS PERANTE A SOCIEDADE, PROSPERAR, TER MINHA MULHER COMIGO E SER FELIZ É PORQUE ELE QUIS ASSIM, ALIAS, DEUS SEMPRE QUIS, EU QUE NÃO QUERIA.

OBRIGADO SENHOR PELA VIDA, PELA OPORTUNIDADE CONCEDIDA DE RESTITUIR MEU LAR. OBRIGADO PELA FAMILIA QUE TANTO ME APÓIA NESSA NOVA E VENCEDORA FASE QUE VIVO. OBRIGADO PAI PELO AMOR DE MINHA ESPOSA, QUE SEMPRE FOI E É CANAL SEU ATÉ MIM. OBRIGADO DEUS POR ME TORNAR CADA VEZ MAIS DIGNO DE TANTAS GRAÇAS RECEBIDAS.
POR NOSSA SENHORA QUE TANTO INTERCEDE POR MIM PERANTE AO SENHOR EU PEÇO QUE ILUMINE O CORAÇÃO DAS PESSOAS QUE MAGOEI E PREJUDIQUEI PARA QUE ME DE O PERDÃO. EM NOME DE JESUS, MEU ADVOGADO E JUSTIFICADOR PEÇO A OPORTUNIDADE DE FAZER O BEM A ALGUÉM SEMPRE QUE FOR PRECISO E QUE NUNCA ME DEIXE ESQUECER O QUE ME TROUXE ATÉ AQUI, POIS DESSA FORMA SEREI SEMPRE GRATO DANDO GRAÇAS AO SENHOR PELO MILAGRE QUE REPRESENTAS EM MINHA VIDA.  AMÉM.

QUANDO ESTOU ENCONTRANDO DIFICULDADES, OU PENSO QUE PODE NÃO DAR CERTO. LEMBRO DO QUE PASSEI E ME TORNO CONFIANTE, REVIGORANDO A FÉ, E OUÇO A VOZ DA CONSCIÊNCIA DIZENDO: "PERSEVERE E VENCERÁ".
VOCÊ QUE ACOMPANHA ESSE BLOG SABE O QUE É ESSA VOZ, MAS VOCÊ QUE ESTA LENDO PELA PRIMEIRA VEZ, VOU TE CONTAR: ESSA CHAMADA "VOZ DA CONSCIÊNCIA" QUE DIFERENCIA O CERTO DO ERRADO, MESMO QUANDO OPTA PELO ERRADO COMO, FUMAR UM CIGARRO, OFENDER ALGUÉM OU ATÉ MESMO PENSAR MALDADES (VOCÊ SABE QUE É ERRADO E MESMO ASSIM O FAZ), POIS É, ESSA É A VOZ DE DEUS TE DANDO O CAMINHO CERTO. CABE A VOCÊ QUE ESCOLHER SE VAI ESCUTAR OU NÃO O QUE ELE QUER PARA SUA VIDA.
ATÉ A PRÓXIMA!
FIQUEM COM DEUS!!

14 maio 2010

MINHAS RAZÕES?

POR MUITOS ANOS ME ENGANEI COM FALSOS PRAZERES QUE AS DROGAS ME DAVAM, POR MUITO TEMPO EU ACREDITEI PODER USAR DROGAS E VIVER AO MESMO TEMPO. PENSAVA SER CAPAZ DE MESMO DROGADO, EXECUTAR TAREFAS DO DIA-A-DIA COMO, TRABALHAR, MANTER UM RELACIONAMENTO, TER LAZER, CONVÍVIO SOCIAL, VIVER...
CLARO QUE NUNCA CONSEGUI FAZER NADA DISSO USANDO DROGAS, LEMBRO DE UMA NOITE, ERA VÉSPERA DE NATAL, ESTAVA TUDO COMBINADO, MINHA MULHER E EU PASSARÍAMOS A NOITE NA CASA DA IRMÃ DELA, ONDE VÁRIOS AMIGOS E FAMILIARES ESTARIAM REUNIDOS PARA CEIA DE NATAL.
CONVENCI QUE ELA FOSSE SOZINHA E DEPOIS A ENCONTRARIA, POIS TINHA UM COMPROMISSO DE TRABALHO. A PRINCÍPIO MINHA INTENÇÃO ERA TERMINAR O TRABALHO, RECEBER E IR AO ENCONTRO MARCADO. SÓ QUE AO TERMINAR O SERVIÇO E RECEBER O PAGAMENTO, USEI UM RECURSO MUITO COMUM ENTRE ADICTOS, “JUSTIFICATIVA POR MERECIMENTO”, É ASSIM: QUANDO NOS SENTIMOS MAL POR UMA BRONCA DOS PAIS, UMA NOTA BAIXA NA ESCOLA, UM ABORRECIMENTO NO TRABALHO OU QUALQUER OUTRO MOTIVO QUE NOS COLOQUE PARA BAIXO, USAMOS ESSE RECUSO NOS AUTO-MANIPULANDO DIZENDO “ MEREÇO FUMAR UM HOJE PARA RELAXAR”. QUANDO ACONTECE O INVERSO, E ESTAMOS COM O EGO ELEVADO POR QUE A ESPOSA ELOGIOU, TEVE UM BOM RESULTADO NO TRABALHO,  CONSEGUIU PAGAR UMA CONTA EM DIA (COMO SE ISSO NÃO FOSSE OBRIGAÇÃO), OU OUTRA COISA QUE PUDESSE TER FEITO O DIA PRODUTIVO, JUSTIFICAMOS ASSIM; “MEREÇO FUMAR UMA HOJE PARA COMEMORAR”.
RESUMINDO, SE ESTAMOS BEM QUEREMOS COMEMORAR E SE ESTAMOS MAL, TEMOS QUE AFOGAR AS MÁGOAS. ISSO É PURA E SIMPLESMENTE, NOSSA DOENÇA NOS MANIPULANDO PARA O USO.
VOLTANDO À NOITE DE NATAL, EU POR TER TIDO UM BOM DESEMPENHO NO TRABALHO, ACHEI JUSTO PEGAR UMA PARTE DO DINHEIRO PARA FAZER USO DE DROGAS ANTES DE IR AO ENCONTRO NA CASA DE MINHA CUNHADA. ACABOU A DROGA, DECIDI COMPRAR MAIS UM POUCO POIS AINDA DAVA TEMPO DE USAR ANTES DAR 00:00 HRS (NATAL). ACABOU DE NOVO E TIVE QUE ESCOLHER ENTRE USAR O QUE RESTOU DO DINHEIRO PARA IR PASSAR O NATAL COM ELES E MINHA ESPOSA OU COMPRAR MAIS DROGAS, E CLARO QUE FUI COMPRAR E POR TELEFONE DEI VÁRIAS DESCULPAS PARA JUSTIFICAR MINHA FALTA NA FESTA COMO:
“RECEBI POUCO DINHEIRO - NÃO CONSIGO ACHAR NEM UM MOTO-TÁXI – ACABEI DE CHEGAR DO TRABALHO, TALVEZ NÃO CHEGUE A TEMPO”.
MAS MINHA PRETINHA ESTAVA DISPOSTA A ME TER AO LADO DELA NA NOITE DE NATAL, ENTÃO  PEDIU AO MEU CUNHADO QUE ME BUSCASSE. CONFESSO QUE QUERIA FICAR SOZINHO USANDO MAIS, ATÉ O TRAFICANTE FOI PASSAR O NATAL COM A FAMÍLIA.
QUANDO CHEGUEI TIVE QUE PROCURAR FICAR ISOLADO NA FESTA, POIS ESTAVA ALTERADO, SEM CONDIÇÕES DE MANTER UM DIÁLOGO OU ATÉ MESMO ENTENDER UM.
MINHA COMPULSIVIDADE TINHA TIRADO A CHANCE DE UMA FELIZ NOITE DE NATAL. MEU VÍCIO TINHA ME PRIVADO DA ALEGRIA DAQUELA CONFRATERNIZAÇÃO. MINHA ADICÇÃO IMPEDIU DE CELEBRAR COM MINHA ESPOSA O NASCIMENTO DE JESUS.
TODOS FELIZES NA FESTA E EU SÓ PENSANDO UMA MANEIRA DE CONSEGUIR DINHEIRO PARA VOLTAR A USAR...
  ...E EU QUE SÓ QUERIA COMEMORAR MEU DIA...
                                                                    ...PERDÃO.

ATÉ A PRÓXIMA!
FIQUEM COM DEUS!!