18 março 2025

PRIMEIRO PASSO? SERÁ?

Frequentemente, eu me convencia de que não era um dependente, uma vez que utilizava substâncias apenas nos finais de semana. Achava que, se quisesse, poderia parar de usar drogas tão facilmente quanto termina um refrigerante e descarta a lata. Diversas vezes, saí para adquirir drogas, utilizando metade do dinheiro que tinha, dizendo a mim mesmo: “é só essa por hoje, pois vou precisar do restante amanhã”. No entanto, assim que a droga acabava, voltava a prometer: “vou gastar e amanhã consigo repor o dinheiro pedindo emprestado a alguém”, e logo me via consumindo novamente até que tudo terminasse, saindo em busca de mais. O plano de pedir dinheiro emprestado se tornava realidade, e eu já não pensava em quitar minhas contas. Quando percebia, o dia seguinte chegava e eu estava sem dinheiro, endividado e em desespero,


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desejando ainda mais drogas. O que eu quero ressaltar é que, no que diz respeito ao uso de drogas, não há usuários ocasionais. Passei pela fase em que dizia que só usaria nos finais de semana, mas, na verdade, para mim, o fim de semana começava na segunda-feira. Contudo, a negação não vinha só de mim; família e amigos também a apresentavam. Você provavelmente já ouviu a frase: "ele é uma pessoa adorável quando não está usando drogas". Mas quando, de fato, um dependente está livre de seu vício? Eu mesmo costumava ser gentil e educado antes de me drogar, mas isso era apenas uma forma de manipular a situação para conseguir usar. Com uma astúcia quase psicopata, conseguia convencer todos à minha volta: alguns me ajudavam financeiramente, outros me deixavam sozinho durante meu uso e havia aqueles que colaboravam para que eu manipulasse terceiros. Em resumo, um dependente como eu está sempre sob a influência, mesmo quando ainda não usou a substância, pois seu comportamento é moldado pela dependência. Durante meu tempo na clínica, meu terapeuta costumava dizer: "se a Globo visitasse este lugar, contrataria todos vocês como atores".

Por isso, não se deve confiar em adictos. Mesmo quando são pressionados pelas consequências e obrigados a prestar contas pelas loucuras que cometeram para sustentar o consumo de drogas (como roubos, mentiras e fraudes...), eu consegui, diversas vezes, manipular as pessoas ao meu redor usando o primeiro passo do A.A. (Alcoólicos Anônimos). Você está familiarizado com ele?

O primeiro passo é: “Admitimos que éramos impotentes perante as drogas e que tínhamos perdido o controle sobre nossas vidas.” Você sabe quando essas palavras são pronunciadas com sinceridade por um adicto?

Isso acontece quando ele já não tem mais ninguém em quem confiar. Falo isso por experiência própria, pois enquanto havia alguém tentando me ajudar, eu apenas enxergava essa pessoa como uma vítima a ser manipulada em favor dos meus vícios.

Graças a Deus, consegui perder a minha credibilidade, a confiança e o apoio de familiares e amigos antes de chegar a um ponto sem retorno. Porque a credibilidade, a confiança e o convívio com a família e amigos são coisas que posso recuperar. Se eu já tivesse morrido em decorrência das drogas...


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Até a próxima! Que Deus esteja com vocês!

10 março 2025

É MINHA OBRIGAÇÃO.

Olá, pessoal! Meu nome é Emeson Corrêa, e eu estou limpo há tantos anos, tantos meses, tantos dias tantas e horas — não vou precisar os números, porque, para mim, isso não é um troféu para exibir. Você já deve ter ouvido esse tipo de apresentação em reuniões de dependentes ou em algum blog por aí, como se fosse preciso gritar ao mundo o tempo de sobriedade para receber aplausos. Eu penso diferente. Estar limpo, parar de usar drogas ou começar um tratamento não é um feito extraordinário — é simplesmente minha obrigação, meu compromisso comigo mesmo e com Deus. Não estou aqui buscando medalhas.
Mas confesso: é bom, sim, quando alguém me dá os parabéns por estar bem, por estar firme na luta e ajudando pessoas que, como eu um dia, estiveram afundadas no lamaçal das drogas. Meu ego até agradece, mas no fundo eu sei que isso é mais do que vaidade. É meu dever. Sinto que, ao fazer esse trabalho, estou retribuindo aos meus irmãos o que Deus, nosso Pai, fez por mim — direta e indiretamente, com mãos visíveis e invisíveis que me puxaram do abismo.

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Lá na clínica, onde minha vida começou a mudar, conheci um homem de Deus. Era um irmão de uma igreja que, toda segunda-feira, trazia palavras de espiritualidade que mexiam comigo. Ele me mostrou o caminho, abriu as portas do meu coração para entender como chegar mais perto do Pai — e que isso só é possível através de Jesus. Foi ali que senti a presença divina agindo em mim, como um sopro de vida. Aprendi também uma lição preciosa: cuidado com o que peço a Deus, porque Ele sempre responde. Não vem num passe de mágica, mas na forma de oportunidades. E cabe a mim ter fé para agarrá-las.
Quando pedi serenidade, Ele me deu situações para eu me manter calmo — e, olha, eu fraquejei muitas vezes. Pedi fé, e Ele me entregou chances de acreditar, de me segurar nas palavras da Bíblia como uma criança que aperta a mão do pai para não tropeçar. E teve um momento em que, cansado, quase desisti da clínica. Pedi sanidade e força para resistir às drogas, que tanto me destruíram e machucaram quem eu amo. Foi então que Deus me testou de verdade.
Numa revista rotineira na clínica, encontrei cinco gramas de droga. Eu, que fui um usuário compulsivo por doze anos, peguei aquilo nas mãos e senti um terremoto dentro de mim. Vieram as lembranças — a tristeza que eu causei, o desespero que vivi, a insanidade que me dominou por tanto tempo. Mas, naquele instante, algo maior falou comigo. Corri até a coordenação como se estivesse arrancando um veneno do meu peito, um peso insuportável da minha alma, e entreguei a droga. Naquele momento, tive certeza: era Deus me dizendo “é agora, Emerson, escolhe o caminho”. Alguns chamam isso de consciência, mas eu sei que era Ele.
Eu podia ter escolhido diferente. Podia ter guardado aquilo para usar depois — estava sozinho, ninguém ia saber. Mas isso teria acabado comigo, destruído qualquer chance de reabilitação. E eu não estaria aqui hoje, escrevendo essas palavras para você.
Sempre que um companheiro deixava a clínica, eu me despedia com o coração na mão:
“Espero que Deus te faça lembrar todos os dias das coisas que te trouxeram até aqui, para que você nunca mais cometa os mesmos erros e volte.”
Era um desejo sincero. Eu queria que eles ficassem firmes, porque compartilhamos tantas dores, tantas histórias da nossa doença ativa.
Quando eu mesmo saí do tratamento, repeti isso para mim — inúmeras vezes. Chorava com as imagens que invadiam minha mente: as coisas que vendi, os roubos que cometi, o olhar de desespero da minha mãe, as lágrimas da minha mulher enquanto eu saía, insensível, atrás de mais droga. Até hoje é assim. Mesmo tendo feito um compromisso com Deus, mesmo não sendo mais apenas um “adicto em recuperação”, o Pai nunca me deixa esquecer das loucuras que as drogas me levaram a fazer. E eu agradeço por isso. Essas lembranças são o meu lembrete, o meu escudo.
Entende? Isso não é mérito meu. É graça, é força que vem de cima. Eu sou só um instrumento, alguém que caiu, se levantou e agora quer ajudar você a se levantar também.

Até a próxima postagem, pessoal. lembre-se de ajudar com um Pix de qualquer valor.

Fiquem com Deus!

01 março 2025

PLANTEI DROGAS SOZINHO E COLHI EU MESMO.

    O conceito de co-alcoólatra surgiu para descrever as esposas de alcoólatras, que, na década de 70, começaram a se reunir em encontros paralelos aos que seus maridos frequentavam no AA (Alcoólicos Anônimos). Durante esses encontros, elas perceberam que compartilhavam um ponto em comum: toda a dinâmica familiar estava centrada em torno do dependente. 
    É o caso da mãe que faz de tudo para que o filho não deixe o lar, da esposa que prefere permitir que seu marido alcoólatra beba em casa a vê-lo ir a um bar, ou do avô que quita as dívidas do neto com os traficantes. Esses são exemplos típicos, embora genéricos, que ilustram como a co-dependência (a dependência da dependência do outro) está profundamente arraigada nas relações sociais e familiares.
    Segundo Sérgio Nicastri, coordenador do programa de álcool e drogas do Hospital Albert Einstein, o co-dependente, temendo perder o controle sobre o dependente, muitas vezes acaba comprando ou custeando a substância que alimenta o vício do outro.


 
"Por essa razão, é fundamental abordar tanto o usuário quanto sua família."  
     Há uma relação interdependente entre eles. Assim como o dependente forma um vínculo com a substância que não consegue controlar, o co-dependente cria uma dinâmica de submissão em relação a outra pessoa, vivendo em função da dependência do outro.  
Inconscientemente, o co-dependente se vê como uma vítima, expressando frases como "sou um coitado, mas olhe como sou forte e tudo que tenho que aguentar" ou "é uma demonstração de heroísmo e uma necessidade dolorosa de ajudar os outros". Em outras palavras, essa é a "droga" do co-dependente, já que a validação externa sobre seu sofrimento alimenta sua profunda autocompaixão.  
Preste atenção ao que dirijo a você agora: sua vida é sua. Apenas você será responsável por ela. A vida dos outros não está sujeita ao seu julgamento. Os erros de quem está ao seu redor refletirão sobre eles, e não sobre você.
    Quero deixar claro que a responsabilidade pela dependência e pelos danos gerados pela doença é do próprio dependente. Não estou insinuando que devemos ignorar quem está viciado; na verdade, o apoio é fundamental durante o processo de recuperação. Reitero: esse apoio é crucial no decorrer da recuperação, pois quando o viciado está ativamente consumindo, como eu estive, a única coisa que realmente importa é saciar o vício.
    Enquanto contava com meus co-dependentes fazendo tudo por mim e tentando, em vão, me guiar para uma melhora, eu me aproveitava da situação para manipulá-los, enganá-los e intensificar ainda mais suas funções de co-dependentes, tudo para continuar usando drogas.
    Na maioria das tentativas de recuperação, é comum que os viciados sejam inicialmente "abandonados à própria sorte". Somente depois de se encontrarem sem recursos e sem apoio é que reconhecem a necessidade de ajuda e a urgência de parar de usar drogas, levando, na maioria das vezes, a buscar abrigo em uma casa de recuperação.
    Eu precisei cair para entender o chão. Fui internado, mas abandonei o tratamento, e o mundo me jogou numa cidade estranha, sem um tostão no bolso, sem um teto, dormindo nas portas frias de igrejas, com a fome roendo o estômago e o coração. Não havia escapatória fácil, não havia mãos estendidas com dinheiro ou promessas de alívio imediato. De casa, vinham apenas as vozes da minha mãe e da minha esposa pelo telefone — palavras carregadas de confiança e força, um fio de esperança que me segurava quando tudo parecia desmoronar. E, no fundo, isso me bastava. Porque eu não queria mais voltar atrás, não queria mais o vazio das drogas. Dentro de mim, pulsava uma vontade feroz de viver algo melhor, algo digno, algo honesto — uma vida que me permitisse olhar nos olhos da minha esposa e dizer: “Eu consegui, eu voltei pra você.”
Enfrentei o que plantei. Caminhei de cabeça erguida, mesmo com os pés sujos das ruas, e para cada alma que cruzava meu caminho, eu abria o peito: contava a verdade, crua e sem máscaras. Dizia por que estava ali, perdido entre desconhecidos, e deixava escorrer o arrependimento que queimava em mim. Não era fácil carregar aquele peso, mas era meu — e eu sabia disso.
E então, com a graça de Deus, que nunca soltou minha mão mesmo nos dias mais escuros, eu virei o jogo. Lutei, sangrei por dentro, mas levantei. Conquistei um trabalho, um teto, e, acima de tudo, trouxe minha pretinha de volta pra perto de mim — o maior tesouro que a vida podia me devolver. Se meus pais tivessem me mandado dinheiro, se minha mulher tivesse corrido para me tirar daquele buraco logo de cara, talvez eu não tivesse aprendido. Talvez eu não pudesse erguer a voz hoje e dizer, com o coração cheio: “Fui eu quem usou as drogas. Fui eu quem teve que carregar as consequências. E fui eu quem escolheu renascer.”

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Deixo agora um trecho da obra "Tempo e Nós" de Chico Xavier ditado pelo Espírito André Luiz.

““ Se você realmente ama aqueles que lhe compartilham a estrada, auxilie-os a ser livres para encontrarem a si mesmos, tal qual deseja você a independência própria para ser você, em qualquer lugar. ””


Fiquem com Deus!!