Alerte a turma com as fotos que escancaram o efeito das drogas



Grandes males sociais exigem campanhas impactantes. Foi essa a orientação seguida pelo Ministério da Saúde brasileiro ao passar da simples advertência sobre os perigos do fumo para as imagens exibidas nas embalagens de cigarros e congêneres. VEJA mostra a estratégia enviesada que a polícia inglesa adotou. Busca estimular a denúncia de traficantes mirando o choque da população com fotos que explicitam a decadência física acelerada dos usuários de drogas. Os retratos realmente impressionam. Se algum dos alunos ainda não tem idéia do que seja envelhecer trinta anos em oito, a prova cabal está logo abaixo. Por que tudo isso acontece no corpo dos viciados? Que reações ocorrem no cérebro dessas pessoas para torná-las cada vez mais dependentes? O caminho das drogas tem retorno? Quais são as alternativas de recuperação? O tema é sempre oportuno e com certeza vai manter os jovens alertas.

Roseanne, aos 29 anos na primeira foto e aos 37 na última: de prisão em prisão, o retrato de um rosto que definha. Fotos: Reutersuters
Roseanne, aos 29 anos na primeira foto e aos 37 na última:
de prisão em prisão, o retrato de um rosto que definha


Tire cópias das fotografias de Roseanne apresentadas neste plano. As reproduções não precisam ser coloridas, mas devem ter boa definição. Tenha em mãos quantidade suficiente do material para que os alunos possam trabalhar em grupos de quatro a seis indivíduos.


Entregue um conjunto de fotos a cada equipe e peça que todos tentem adivinhar a idade da pessoa nos momentos retratados. Depois que os grupos tiverem chegado a uma conclusão, registre os palpites no quadro-negro. Faça uma média dos resultados e confronte com a idade real. É bem provável que a garotada superestime a idade de Roseanne. Indague, então, sobre o motivo de tal transformação fisionômica da pessoa: idade, doença, muito sol, muito trabalho? Pergunte se seria possível atribuir a degradação física ao efeito de drogas. 

Atividades 
Após a leitura, discuta sobre os principais pontos do texto. Quais as drogas mencionadas e o que elas produzem no organismo? Qual seria o efeito interno relatado na reportagem por uma das vítimas de drogas agora em tratamento? Será que a maconha, a cocaína, o crack etc. geram os mesmos resultados? Todos eles são prejudiciais? Por que tanta gente utiliza drogas, então? 

Explique que a sensação de prazer físico é resultado da liberação de determinadas substâncias no nosso cérebro – os chamados neurotransmissores –, como a dopamina e a endorfina (veja o quadro abaixo). Essas substâncias são lançadas em certas situações, como na dança, na prática de esportes, na produção de artes plásticas ou mesmo na degustação de um suculento banana-split. Em seriados de televisão, é comum vermos um personagem deprimido ingerindo sorvete em quantidades cavalares para esquecerem a briga com o ser amado. 

As drogas também têm essa capacidade de liberar neurotransmissores, oferecendo, assim, a sensação de prazer e alegria. Mas, além de produzir essa felicidade, algumas drogas alteram nossa maneira de sentir, pensar e agir. Ou seja, afetam nosso cérebro e exatamente por esse motivo são chamadas psicotrópicas (psyché, do grego, que significa mente, e trópos, atração – isto é, preferência pela mente). 

Ensine que essas drogas atuam rapidamente sobre o cérebro e, conforme o efeito que produzem, podem ser classificadas em alucinógenas, estimulantes ou depressoras. As alucinógenas alteram a atividade cerebral provocando alucinações ou uma distorção da realidade. A maconha e o LSD são exemplos desse grupo. A cocaína e o crack, mencionados na reportagem, são estimulantes e ativam o cérebro, deixando a pessoa mais atenta. A cafeína (do café e do chá) e a nicotina (do cigarro) também são exemplos de drogas estimulantes. Heroína, morfina e álcool formam o grupo das depressoras, que diminuem a atividade cerebral, tornando a pessoa menos ativa. 

Além dos efeitos imediatos, as drogas trazem conseqüências de longo prazo, internas ou externas, como as das fotos que ilustram o texto de VEJA. O professor de Matemática pode colaborar na elaboração de um gráfico do declínio fisionômico apresentado nas imagens da revista. É possível mostrar o decaimento exponencial experimentado pela usuária de drogas e comparar com as alterações de um envelhecimento normal. 

Se houver interesse, peça que os alunos pesquisem coletivamente as principais drogas, enfatizando os efeitos psíquicos e orgânicos que produzem. Depois, organize o material obtido, registrando no quadro as informações em forma de tabela. Dela devem constar: nome da droga, tipo (de acordo com a classificação anterior), efeitos psíquicos (cerebrais) e orgânicos (fisiológicos). Por exemplo, no caso da maconha, que é uma droga alucinógena, um efeito psíquico é a perda da noção de espaço-tempo, o que interfere na habilidade para dirigir veículos, podendo ocasionar acidentes de trânsito. Um efeito orgânico é a taquicardia, que traz graves conseqüências a usuários com problemas de coração. Outras alterações são lesões pré-cancerosas nos pulmões e até mesmo o câncer. 

Chame a atenção para o fato de que a dependência de drogas é uma enfermidade grave. Os casos mais avançados exigem cuidados para estabilizar a doença. Se o dependente não for tratado, é bem possível ocorrerem seqüelas irreversíveis, que podem levar à morte. 

O tratamento não consiste apenas em cessar o uso da droga (abstinência), mas objetiva proporcionar ao usuário melhor qualidade de vida – além de ajudar sua família, que inevitavelmente acaba enfrentando dramas muitas vezes imprevisíveis.

TEXTO: http://revistaescola.abril.com.br


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Comentários

Anônimo disse…
Não acho que o que foi apresentado seja adequado e não me parece que tampouco funcione. A demonização da droga e suas consequências apenas reforçam seu caráter de marginalização na sociedade. Cada caso é um caso, assim como cada ser humano é um ser humano. As estatísticas são aterradora e, de fato, poucos conseguem se libertar do uso ou de comportamentos autodestrutivos. Apelar para frases como "Deus me salvou" também traz a ideia de exclusão, pois outro adicto pode questionar: por que Ele não me salva também? Aí vem culpa, sentimento de impotência e de alguém condenado, já que não foi capaz de experienciar o sagrado. Melhor seria divulgar e debater informações com base em estudos sérios, que abordem os vários fatores da adicção, suas fases, as várias maneiras de tratar, a violência e corrupção em muitas clínicas de recuperação, o tráfico, a questão social, a emoção, até onde a espiritualidade ajuda ou não, políticas governamentais, a criminalização do usuário, o tratamento em hospitais quando o adicto chega passando mal e é atendido como marginal, etc. e muitas ects...